domingo, 8 de maio de 2011

Hetfield: Mustaine, Load e homossexualismo no Metallica

James Hetfield, frontman do METALLICA, foi entrevistado pela edição de julho de 2009 da revista britânica Classic Rock. 
 
Você ficou satisfeito de ver a saída do (antigo guitarrista do METALLICA e agora líder do MEGADETH) Dave Mustaine?
Hetfield: "Eu não sei se 'satisfeito' é a palavra correta, mas foi necessário. Se ele não saisse seria eu, Lars (Ulrich, bateria) e ele, os três tentando dirigir a banda, e daí viraria uma bagunça tripla. É óbvio que ele tinha a mesma direção que nós - ele está fazendo coisas grandes no MEGADETH. A maneira como as coisas estão agora, a dinâmica dos personagens, Lars e eu somos a metade do grupo com Rob (Trujillo, baixo) e Kirk (Hammett, guitarra) na outra parte. Eles são caras com grandes ideias, mas se dão muito bem com outra pessoa dirigindo. Eles não são dirigidos pelo ego. Acho que Lars e eu, ao contrário, somos. Ou pelo menos nos dizem isso. (Risos) Então lá atrás Dave teve que ir".
Em "Some Kind of Monster", ele parecia um pouco infeliz.
Hetfield: "Ele é um cara maravilhoso, talentoso. Talvez parte de seu caráter seja ter este peso em suas costas. Se eu fosse expulso do METALLICA, eu teria um também. Ron McGovney, nosso primeiro baixista - tem um grande peso em suas costas. Eles nunca mais conseguirão ficar confortáveis, e isso é duro de ver. Lars disse isso também em uma entrevista: 'Você não pode ver o que você fez?' Mas nada disso mais importa, pois ele estava perseguindo algo inalcançável".
Você ficou desconfortável com a nova imagem da banda no "Load"?
Hetfield: "Definitivamente. Lars e Kirk dirigiram essas gravações. Aquilo de 'Temos que re-inventar a nós mesmos' estava na ordem do dia. Imagem não é algo ruim para mim, mas se a imagem não é você, então não faz muito sentido. Eu acredito que eles estavam atrás de um tipo de vibração ao estilo U2, Bono... Eu não poderia entrar nisso. Parecia, 'Ok, agora nas fotografias nós iremos ser glam rockers dos anos 70'. O que? Eu poderia dizer que metade - pelo menos a metade - das fotos que estariam no livro, eu cai fora. Todas as coisas da capa eram o contrário do que eu sentia".
O que você não gostou na capa?
Hetfield: "Como eu posso dizer? Eu acho que quando eu falei [mais cedo na entrevista] sobre ressentimentos de ser deixado de fora dos laços que eles tinham através do uso de drogas - Lars e Kirk curtiam bastante arte abstrata, fingindo serem gays. Eu acho que eles sabiam que me incomodava. Foi uma afirmação para tudo isso. Eu amo arte, mas não para chocar os outros. Eu acho que a capa de Load foi só uma provocação. Eu fui junto com essa coisa de maquiagem e todas as merdas loucas, estúpidas que eles sentiam que precisavam fazer."
Muito foi feito, como os cortes de cabelo na época. Foi uma decisão do grupo?
Hetfield: (Risos) "Não foi algo como irmos lá juntos e dizermos: 'Ei, conseguimos um desconto por quatro cortes de cabelo?'. Isso aconteceu lentamente, com a idade, os cabelos diminuindo. Cabelos compridos não parecem ser mais o certo".
Musicalmente, foi a primeira vez que o METALLICA esteve incerto?
Hetfield: "Poderia dizer que sim, todo esse período. Por que nós precisamos nos re-inventar? Muitos dos fãs se desligaram um pouco de nós pela música, mas a maioria, eu acho, pela imagem".
Você ficou desconfortável pelos beijos de Kirk e Lars nas fotografias?
Hetfield: "Totalmente. Foi por isso que eles fizeram aquilo. Eu era a motivação por detrás das aventuras homossexuais deles. Acho que as drogas tiveram algo a ver com isso, eu espero. (Risos) Houve diversos momentos em nossas carreiras em que as pessoas saltaram do navio. É mais duro ouvir: 'Ok, as pessoas estão pisando nos discos do METALLICA pois eles estão processando o Napster'".

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