sábado, 3 de setembro de 2011

Metallica: gosto musical impediu que se tornassem um Maiden

Steven Ward, do PopMatters, entrevistou recentemente o renomado jornalista de rock britânico Mick Wall sobre seu livro recentemente lançado "Metallica: Enter Night - The Biography" ("Metallica: Entre a Noite – A biografia" em tradução livre). Seguem alguns trechos da conversa.

PopMatters: Você faz observações sutis no livro de que o Cliff Burton, não gostaria do fato da banda seguir em frente tão rapidamente com sua substituição. Acho que você goza o Kirk Hammett quando ele diz a você numa entrevista que o Cliff iria querer que fosse assim. Mas durante uma das últimas entrevistas com o Cliff, ele não fala sobre a hipótese da morte de Lars Ulrich,  e então diz que a banda deveria seguir em frente e continuar?

Wall: Não creio que minhas afirmações tenham sido sutis, na realidade. Creio que o que eu digo é evidente. A banda não seguiu em frente porque "o Cliff iria querer que fosse assim", que foi o que eles disseram na época. Eles fizeram assim porque o que mais poderiam fazer? Caras como o Lars e o James Hetfield,  que começaram a banda antes do Cliff entrar nela com certeza não iriam jogar a toalha justo quando a carreira deles estava realmente decolando, mesmo apesar de amarem o Cliff.

PopMatters: Assim como na questão do Cliff, você acha que o METALLICA  teria tido tanto sucesso se tivessem mantido o Dave Mustaine na banda?

Wall: Acho que o fato do Dave Mustaine ter sido demitido permitiu que o METALLICA se tornasse muito mais focado. Permitiu que o mesmo acontecesse com o Dave por diferentes razões. O resultado foram duas bandas incríveis, ambas de enorme sucesso.

PopMatters: Houve outros livros sobre o METALLICA, inclusive um muito bom do redator da Metal Hammer Joel McIver. Você escreveu o livro porque achou que era o momento de alguém fazer uma biografia mais compreensível que não fosse tão baseada nos fãs? Obviamente você não conseguiria escrever esse livro se fosse autorizado pela banda, correto?

Wall: Eu não escrevi o livro para fãs e não o escrevi para a banda. Eu o escrevi como escrevo todos meus livros – para aqueles que gostam de bons livros. A história do METALLICA é fascinante. Melhor do que ficção. Senti que era tempo de uma biografia literária apropriada que fosse escrita por adultos.

PopMatters: Fiquei surpreso ao saber de curiosidades da banda em seu livro – James foi frontman de uma banda glam de L.A. sem se esconder atrás de uma guitarra (eu não consigo imaginar isso); a banda escutar PETER GABRIEL e THE POLICE no ônibus de turnê (não é coisa de metaleiro); e, a maior de todas, o Lars ser um baterista tão ruim e ter aulas até a época do "Master Of Puppets". Teve algo que lhe surpreendeu na suas pesquisas?

Wall: Na verdade não. Você tem de compreender que eu os conheci quando eles eram meninos, há quase 30 anos atrás. A amplitude dos interesses musicais deles não me surpreendeu nem um pouco. É uma das principais razões pelas quais eles não se tornaram um SLAYER ou IRON MAIDEN. Num todo, entretanto, tudo sobre a história me surpreendeu. A principal coisa do meu livro é absolutamente não repetir o que todos já disseram. Realmente pensar nas coisas. Conversar com aqueles que estiveram lá, ajudando-os a tomar suas decisões, descobrir o que realmente estava se passando, não o que os escritores fãs contam que aconteceu. Tudo está nas nuances. Eles tem de contar sua própria história e como autor você tem de prestar atenção e estudá-las mesmo quando elas a princípio não parecem fazer sentido para você.

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